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Corpo de Bombeiros propõe a militarização do Samu

Uma polêmica envolvendo a Enfermagem, especificamente profissionais que atuam com o serviço de urgência e suporte básico de vida por meio do Serviço Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) na cidade de São Paulo, ganhou destaque nos últimos dias. Isso porque uma mensagem do Corpo de Bombeiros Militar anunciou um novo convênio com a Prefeitura de São Paulo, indicando a “militarização” do SAMU.

O texto enviado aos comandantes do 1º ao 5°, 8º, 17º e 18º Grupamento de Bombeiros,  Grupamento de Ações em Emergências e Desastres (GAED) e Div CBM, pelo comandante de Bombeiros Metropolitano, no último dia 21 de março, repassa as instruções para participação em atividades delegadas do Corpo de Bombeiros, incluindo o Suporte Básico de Vida do SAMU.

Na parceria com a prefeitura, haverá três vagas para os bombeiros em cada ambulância. As equipes serão compostas somente por integrantes da corporação, que vão tripular uma ambulância do SAMU identificada com os símbolos do SAMU e do Corpo de Bombeiros, além da identificação da Estação de Bombeiros a qual ela estará vinculada.

O comunicado informa que para os bombeiros interessados em participar da atividade delegada de Suporte Básico de Vida do SAMU é obrigatório completar um curso oferecido pela própria corporação (apenas este é válido), que visa credenciar os participantes para encerrar os talões de serviço; orientar sobre os procedimentos necessários com a viatura do SAMU, incluindo a reposição de materiais e eventual manutenção; e alinhar os protocolos de atuação entre o Corpo de Bombeiros e o SAMU.

Ao concluir o curso e obter o certificado, o participante estará automaticamente habilitado a se inscrever para a atividade delegada do SAMU. Cursos realizados anteriormente a esse não têm mais validade.

No ambiente dinâmico e muitas vezes caótico de um serviço de urgência e suporte básico de vida, o papel do enfermeiro é absolutamente vital. Esse profissional é o primeiro a responder a emergências médicas, fornecendo cuidados imediatos e essenciais a pacientes em situações críticas.

Para isso, é mais do que necessário uma formação de qualidade e treinamento adequado, para que os enfermeiros sejam capazes de tomar decisões rápidas e precisas, avaliar rapidamente a condição do paciente e iniciar as intervenções para estabilizá-lo.

Essa proposta de militarização do SAMU, indicando apenas bombeiros com formação que diverge do ensino de qualidade oferecido pelas instituições reconhecidas pelo Ministério da Educação, levanta preocupações significativas sobre a capacidade de fornecer assistência de emergência eficaz e adequada. A formação em Enfermagem e outras áreas de saúde, oferecida por instituições reconhecidas, é fundamental para garantir que os profissionais estejam adequadamente preparados para lidar com uma ampla gama de situações de emergência.

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