O profissional de enfermagem tem um papel fundamental na recuperação da saúde das pessoas em situações difíceis. Ele é responsável pelo planejamento do tratamento e pela execução cuidadosa das atividades. Entretanto, de acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% das mortes que ocorrem em todo o mundo são causadas por traumatismos ou lesões similares. Isso torna ainda mais importante o trabalho do enfermeiro em casos de trauma na emergência. Abaixo, você encontrará informações sobre como o enfermeiro pode ajudar nessas situações. Não deixe de ler e se informar.
O enfermeiro é responsável por cuidar e fazer a segurança do paciente. Em outras palavras, dar assistência à saúde do paciente de uma forma geral. E como os atendimentos de emergência são imprevisíveis, a atuação dos profissionais deve ser rápida e qualificada. O mesmo vale para assistência com traumas. Veja a seguir as recomendações de atuação do enfermeiro em casos de trauma na emergência.
A atuação rápida e precisa do enfermeiro é fundamental em casos de emergência, pois pode significar a diferença entre a vida e a morte do paciente. É importante lembrar que situações de emergência são aquelas que envolvem risco iminente de morte e, portanto, devem ser tratadas com urgência assim que o paciente chega ao hospital. Já os casos de urgência, embora também exijam atendimento ágil, não representam um risco imediato à vida do paciente.
Em ambos os casos, a assistência inicial do enfermeiro é crucial para reduzir a gravidade do estado do paciente. Portanto, é fundamental que os profissionais de enfermagem estejam capacitados e preparados para atuar em situações de emergência e urgência, visando sempre o bem-estar e a segurança dos pacientes.
Em primeiro lugar o enfermeiro precisa fazer a análise e identificação das lesões. Depois disso, é essencial fazer a estabilização da área afetada o mais rápido possível. O tempo para essa ação deve ficar entre 5 e 10 minutos após o paciente chegar na emergência.
Para que isso seja eficiente o profissional deve dominar o Protocolo ABCDE, elaborado pelo American College of Surgeons (ACS). A ordem do atendimento é a seguinte:
Além disso, os conhecimentos sobre cinética e biomecânica se farão necessários para entender as dimensões e prováveis impactos dos acidentes no paciente.
Antes de mais nada, o protocolo é dividido em algumas etapas. Entenda cada uma delas:
A avaliação do paciente é a primeira etapa crítica no protocolo de trauma e deve ser realizada rapidamente para identificar e tratar lesões potencialmente fatais. Para avaliar o paciente, é preciso, em primeiro lugar, verificar a segurança do local. Antes de se aproximar do paciente, verifique se o local está seguro para você e para a equipe de resgate. Se houver risco de incêndio, explosão ou outras ameaças, remova o paciente para um local seguro antes de iniciar a avaliação.
A seguir, o enfermeiro pode começar com perguntas simples como nome e idade. Isso ajuda a determinar o nível de responsividade. Dependendo da resposta o profissional já terá uma noção em relação ao grau de consciência e à fluidez da fala.
Depois disso, é preciso entender como está a resposta do paciente. Ele está consciente e responde a estímulos verbais ou físicos? Ele tem pulso? Há sinais de hemorragia? Se o paciente não tiver pulso, é preciso fazer a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) imediatamente.
Quando há trauma na emergência, é preciso ao mesmo momento da avaliação da responsividade, fazer a rápida estabilização da coluna cervical – sempre em posição neutra.
Os acidentes de trânsito são os maiores responsáveis pelas causas de trauma na emergência. Por isso, é muito comum a obstrução das vias respiratórias por causa do impacto. Caso o enfermeiro perceba algo, pode ser necessário realizar manobras de desobstrução. Além disso, quando há impacto do tórax com o volante, por exemplo, pode haver secreções e corpos estranhos da cavidade oral. O procedimento a ser realizado depende da saturação de oxigênio.
A estabilização da cabeça é uma etapa crítica no atendimento de pacientes com trauma na emergência. Depois de liberar as vias aéreas, o profissional deve fazer a estabilização da cabeça, da mesma forma da coluna. É indicado o uso de um colar cervical de tamanho exato para não causar desalinhamentos da coluna. A ação ajuda a prevenir lesões adicionais na coluna cervical e na medula espinhal. Avalie se há suspeita de lesão.
Em seguida, é preciso posicionar as mãos na cabeça do paciente, uma em cada lado, com os dedos apoiando a mandíbula e os polegares apoiando a base do crânio. Não pode-se mover a cabeça do paciente, a menos que seja absolutamente necessário.
Se houve a expansão torácica é necessário avaliar sinais de ventilação anormal. Caso isso seja positivo é indicado realizar palpação da região e ausculta torácica. Se preciso, também pode ser usada ventilação artificial (em casos de frequência respiratória inferior à 8mrm).
É essencial verificar a frequência respiratória, contando o número de respirações por minuto. A frequência respiratória normal é de 12 a 20 respirações por minuto. A profundidade da respiração também é importante. Ela deve ser suficiente para encher os pulmões de ar. E o ato de respirar também não pode ter ruídos como sibilos, chiados ou crepitações.
Depois de garantir as outras etapas o profissional deve investigar a existência de lesões abertas ou fechadas pelo corpo. Além disso, alguns fatores são essenciais para isso como:
Caso haja sangramentos externos, o ideal é controlar com pressão direta ou torniquete.
A última fase é a análise neurológica AVDI (alerta, voz, dor e inconsciência). A Escala de Coma de Glasgow e a resposta pupilar também devem ser observadas.
Os quatro níveis de resposta são:
Depois que todas as etapas do protocolo forem cumpridas, o enfermeiro pode classificar o trauma na emergência e passar as informações para os outros times do hospital. Essa análise é usada para avaliar a função cerebral em pacientes com lesões cerebrais traumáticas ou outras condições neurológicas. Durante a análise neurológica AVDI, o profissional de enfermagem avalia a resposta do paciente a estímulos verbais e físicos para determinar o nível de consciência e a função cerebral.
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