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Vacina do Butantan contra chikungunya está perto de ser oferecida pelo SUS

O Ministério da Saúde anunciou pedido de incorporação da vacina contra chikungunya ao Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa farmacêutica Valneva, teve seu registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em decisão publicada ontem, 14/4, no Diário Oficial da União (D.O.U.). 

É a primeira vacina autorizada contra a doença, que afetou 620 mil pessoas no mundo só em 2024. O imunizante pode ser aplicado em maiores de 18 anos, em dose única.

Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, também vetor da dengue e da zika, a chikungunya causa febre alta e dores intensas nas articulações, podendo evoluir para dor crônica e até óbito. O Brasil registrou, neste ano, mais de 68 mil casos da doença, com 56 óbitos confirmados, conforme dados do painel de monitoramento das arboviroses do Ministério da Saúde.

A proposta de incorporação da vacina ao SUS será analisada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). A análise técnica leva em consideração uma série de fatores, como os resultados clinicamente relevantes; a redução de internações e de absenteísmo ao trabalho; benefícios e riscos no longo prazo para a população brasileira; o custo do imunizante; além do potencial de inovação tecnológica que a incorporação introduzirá no sistema.

Testes clínicos apontam alto grau de proteção da vacina

A vacina contra chikungunya manteve a produção de anticorpos em 98,3% dos adolescentes imunizados após um ano de aplicação, segundo o resultado de um ensaio clínico de Fase 3, publicado na revista The Lancet. O estudo foi realizado pelo Butantan com 750 adolescentes de 12 a 17 anos de idade que vivem em áreas endêmicas do Brasil.

Comprovadamente segura, a vacina foi aprovada para uso em adultos pela Food and Drug Administration (FDA) e pela European Medicines Agency (EMA), entidades análogas à brasileira Anvisa.

Prevenção

Condições climáticas favoráveis, como calor, umidade e chuvas, facilitam a proliferação do mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, febre amarela e chikungunya. A principal forma de prevenção é o combate ao mosquito, eliminando criadouros em água armazenada em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas e piscinas sem uso. É na água parada que o mosquito deposita seus ovos. Além disso, se recomenda o uso de telas contra mosquitos, roupas de manga longa e repelentes à base de icaridina.

“O registro da vacina e a possibilidade de incorporação ao SUS são excelentes notícias, mas não diminuem na necessidade de medidas de prevenção e controle do mosquito vetor da doença”, afirma a conselheira federal Betânia Santos, coordenadora da Câmara Técnica de Enfermagem em Atenção à Saúde do Adolescente, Adulto e Idoso (CTEASAAI/Cofen).

Vigilância

O vírus chikungunya (CHIKV) foi introduzido no continente americano em 2013 e hoje tem caráter endêmico no Brasil. Em 2023 ocorreu importante dispersão territorial do vírus no Brasil, principalmente para estados da região Sudeste.

Quadros suspeitos da doença devem ser notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Online) em até 7 dias. A confirmação deve ser feita com exames laboratoriais. É considerado um caso suspeito o paciente com febre de início súbito, acompanhada de artralgia ou artrite intensa (dor nas articulações) de início agudo, não explicado por outras condições, que resida ou tenha visitado áreas com transmissão até duas semanas antes de começar os sintomas. Em caso de óbitos, a notificação deve ser feita ao Ministério da Saúde em até 24 horas.

A doença pode evoluir em três fases:

  • Febril ou aguda: tem duração de 5 a 14 dias
  • Pós-aguda: tem um curso de até 3 meses
  • Crônica: Se os sintomas persistirem por mais de 3 meses após o início da doença, considera-se instalada a fase crônica.

 

 

 

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