No Brasil, estima-se que 14% das internações hospitalares resultem em infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), conforme dados do Ministério da Saúde. Esse cenário destaca a importância do Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, celebrado em 15 de maio, como um momento para reconhecer e valorizar o papel fundamental dos profissionais de enfermagem na prevenção e controle dessas infecções.
Vale lembrar que as infecções aumentam o tempo de internação e os custos da assistência médica. Elas são provocadas por micro-organismos que se aproveitam de fragilidades no sistema imunológico de quem está em tratamento hospitalar. Entre os tipos mais comuns estão as infecções urinária e na corrente sanguínea associadas ao uso de cateter e a pneumonia associada à ventilação mecânica, segundo o Ministério da Saúde.
Desafios enfrentados pela enfermagem no controle das infecções
O professor do Instituto Enfermagem de Valor e vice-presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal, Alberto César da Silva Lopes, compartilha sua experiência sobre os principais desafios enfrentados pela equipe de enfermagem no controle das infecções hospitalares:
“A sobrecarga de trabalho, a falta de dimensionamento adequado de pessoal, a escassez de recursos materiais e humanos, além da não adesão aos protocolos por parte de algumas categorias profissionais, são obstáculos significativos. Essas falhas contribuem para o aumento da resistência bacteriana e dificultam o controle eficaz das infecções”.
A ausência de protocolos padronizados e a resistência à sua implementação por parte de alguns profissionais comprometem as práticas de controle de infecções. Além disso, a superlotação das unidades de saúde e a alta demanda de pacientes agravam a situação, dificultando a adoção de medidas preventivas eficazes.
A importância da educação contínua e da higienização
A atuação da enfermagem nas rotinas de higienização e na promoção da educação contínua é essencial para a redução das taxas de infecção hospitalar. No entanto, Lopes aponta que a falta de estrutura e de políticas efetivas de capacitação comprometem esses esforços:
“A ausência de dimensionamento correto impede a realização de treinamentos contínuos. Muitas vezes, o profissional é inserido diretamente na assistência ao paciente sem o devido preparo, o que dificulta a implementação de políticas eficazes de prevenção”.
A higienização das mãos é considerada a principal ação de prevenção e controle de infecções. No entanto, estudos indicam que a adesão a essa prática ainda é inferior ao desejado, o que reforça a necessidade de campanhas educativas e treinamentos constantes para os profissionais de saúde.
Necessidade de estrutura adequada nos hospitais
Para garantir um controle eficaz das infecções hospitalares, é fundamental que os hospitais estejam adequadamente estruturados. Lopes enfatiza que muitos hospitais brasileiros carecem de recursos humanos, materiais e físicos adequados: “Trabalhamos com sobrecarga de trabalho, ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e falta de materiais básicos para higienização. Além disso, a estrutura física muitas vezes não respeita as normas, com leitos superlotados e ambientes inadequados para o controle das infecções”.
A falta de cumprimento das normas estabelecidas pela Anvisa, como a RDC 42/2010, que obriga os serviços de saúde a disponibilizar preparação alcoólica para a higiene das mãos, e a RDC 36/2013, que institui ações para a segurança do paciente, compromete a eficácia das medidas de prevenção.
O papel fundamental da enfermagem
Apesar dos desafios, a enfermagem desempenha um papel crucial no controle das infecções hospitalares. A implementação de práticas seguras, a vigilância constante e a promoção da educação em saúde são ações que contribuem significativamente para a prevenção das IRAS. O comprometimento e a dedicação dos profissionais de enfermagem são essenciais para garantir a segurança dos pacientes e a qualidade dos serviços de saúde.
No Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, é fundamental reconhecer e valorizar o trabalho dos profissionais de enfermagem, que, mesmo diante de adversidades, continuam a desempenhar um papel vital na promoção da saúde e na segurança dos pacientes.
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