Ministério da Saúde emite alerta sobre risco de febre oropouche em grávidas
O Ministério da Saúde emitiu um alerta sobre o risco de febre oropouche para mulheres grávidas. Segundo nota técnica, há risco de transmissão vertical, isto é, da gestante para o feto. Por isso, a pasta pediu às unidades da federação que intensifiquem a vigilância em saúde sobre a possibilidade.
A orientação foi emitida após o Instituto Evandro Chagas detectar presença do anticorpo do vírus em amostras de um caso de abortamento e outros quatro de microcefalia. Segundo o ministério, ainda não é possível afirmar que haja relação entre a infecção e o óbito com as malformações neurológicas.
No feto, cuja morte ocorreu com 30 semanas de gestação, foi identificado material genético em sangue de cordão umbilical, placenta e diversos órgãos fetais (tecido cerebral, fígado, rins, pulmões, coração e baço).
Entre as recomendações feitas pelo Ministério da Saúde estão intensificar a vigilância nas fases finais da gestação e no acompanhamento dos bebês de mulheres que tiveram dengue, zika e chikungunya ou febre de oropouche, com coletas de amostras e preenchimento da ficha de notificação.
De janeiro a 6 de julho, o Brasil confirmou 7.044 casos da febre do oropouche. Em abril deste ano, o Ministério da Saúde já havia identificado alta nos casos no país.
De acordo com o órgão, neste momento, a transmissão da doença ocorre em mais da metade do país. Os estados são Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. Antes, os casos ficavam restritos ao Norte do Brasil.
Nos casos notificados no Ceará, Mato Grosso do Sul e no Paraná, o local provável de infecção ainda está em investigação.
A febre do oropouche é transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim.
O quadro clínico é semelhante ao da dengue e da chikungunya. Os sintomas são dor de cabeça, muscular e articular, além de febre, tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos. Parte dos pacientes pode apresentar recorrência dos sintomas, ou apenas febre, dor de cabeça e muscular após uma a duas semanas do início das manifestações iniciais. Os sintomas duram de dois a sete dias, em média. Na maioria dos pacientes, a evolução da febre do oropouche é benigna e sem sequelas.
– Evitar áreas onde há muitos insetos (maruins e mosquitos)
– Usar telas de malha fina em portas e janelas
– Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas
– Manter limpos casa, terrenos e locais de criação de animais
– Recolher folhas e frutos que caem no solo
– Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde locais para reduzir o risco de transmissão.