Choque séptico: o que é? Qual a atuação do enfermeiro?
O dia a dia do profissional de enfermagem pode variar muito dependendo do local em que trabalha e da área em que ele atua. No geral, o enfermeiro é responsável por cuidar dos pacientes e coordenar os cuidados com a equipe multidisciplinar. Mas, existem ainda diversos problemas graves de saúde que o especialista deve saber atuar prontamente para evitar maiores complicações e até a morte do paciente. O choque séptico é uma dessas condições. Por isso, no artigo de hoje, o Instituto Enfermagem de Valor explica mais sobre o problema e como deve ser a atuação do enfermeiro diante das complicações. Leia e entenda!
O que é choque séptico?
O choque séptico é uma condição muito grave que ocorre quando o corpo responde de forma excessiva a uma infecção bacteriana, viral ou fúngica. O problema pode causar a diminuição significativa da pressão arterial e ainda fluxo sanguíneo inadequado para os órgãos vitais. A infecção pode começar em qualquer parte do corpo, como os pulmões, o trato urinário, a pele ou o trato gastrointestinal. Quando uma infecção se espalha pelo corpo, o sistema imunológico pode responder com uma inflamação generalizada. Ou seja, o resultado pode ser a falência múltipla dos órgãos e, consequentemente, a morte do paciente.
Principais sintomas e tratamento
- febre alta;
- calafrios
- frequência cardíaca alterada e rápida;
- respiração rápida;
- confusão;
- sudorese excessiva;
- extremidades frias;
- diminuição da urina;
- pele pálida ou manchada;
- erupções cutâneas.
O tratamento do choque séptico é complexo e pode variar dependendo da gravidade da condição e das necessidades individuais do paciente. Ele requer tratamento imediato em uma unidade de terapia intensiva (UTI). É importante que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível para melhorar as chances de recuperação.
No geral, além da administração de antibióticos para tratar a infecção subjacente, os profissionais da saúde devem tomar medidas de suporte (respiratório e cardiovascular). Também é essencial fazer o monitoramento cuidadoso dos órgãos vitais. O choque séptico é uma emergência médica e requer atenção imediata. Na classificação de risco hospitalar, o paciente deve ter prioridade de atendimento.
Outra medida importante para o tratamento do choque séptico é o suporte hemodinâmico. Isso porque o problema pode causar queda na pressão arterial e diminuição do fluxo sanguíneo para os órgãos vitais. Para tratar essa condição, pode ser necessário administrar fluidos intravenosos, medicamentos vasoativos ou oxigênio suplementar. O mais importante para melhora integral da saúde do paciente é tratar a causa subjacente da infecção.
Isso pode envolver a drenagem de abscessos, a remoção de cateteres ou outros dispositivos médicos infectados ou a administração de medicamentos antifúngicos em caso de infecções fúngicas. Durante essas fases de tratamento pode ser necessário ainda o suporte nutricional, como alimentação enteral ou parenteral, para ajudar a manter a função dos órgãos e a recuperação.
Principais fatores de risco do choque séptico
Embora a doença possa afetar qualquer pessoa, há grupos mais vulneráveis, como bebês prematuros e crianças com menos de um ano de idade, idosos com mais de 65 anos. Além disso, pacientes que enfrentam doenças como câncer, HIV ou que passaram por quimioterapia ou outros tratamentos que afetam o sistema imunológico também devem ter atenção redobrada.
Outro grupo de risco são os pacientes com condições crônicas, como insuficiência cardíaca, renal ou diabetes, usuários de álcool e drogas e aqueles que utilizam dispositivos médicos, como cateteres ou sondas. Pacientes hospitalizados que fazem uso de antibióticos e transplantados também estão em alerta para o desenvolvimento de sepse.
Qual a atuação do enfermeiro?
O enfermeiro desempenha um papel fundamental na avaliação e tratamento de pacientes com choque séptico. Ele deve fazer todo o monitoramento contínuo dos sinais vitais e dos sintomas do paciente. Também deve informar a equipe médica de qualquer alteração significativa.
Algumas das atividades específicas que o enfermeiro pode realizar durante o tratamento de um paciente com choque séptico incluem:
- administração de medicações para controle da pressão;
- monitoramento dos principais sinais vitais;
- administração de fluidos intravenosos, caso necessário;
- monitoramento do equilíbrio hidroeletrolítico e o estado de hidratação do paciente;
- cuidados com a pele para prevenir úlceras de pressão e outras lesões na pele;
- informação ao paciente e à família sobre a condição geral de saúde, o tratamento e os cuidados em casa após a alta hospitalar;
- colaboração com a equipe multidisciplinar para garantir melhor atendimento.
Lembrando que para sucesso do tratamento, o cuidado do choque séptico requer uma abordagem multidisciplinar para garantir a melhor chance de recuperação do paciente.
Principais complicações que podem ocorrer em pacientes com choque séptico
Disfunção orgânica múltipla
O problema pode levar a uma disfunção orgânica múltipla, que é uma falha em vários órgãos do corpo. Isso pode incluir falência renal, insuficiência respiratória, insuficiência hepática e disfunção cardíaca.
Lesão pulmonar aguda (PLA)
Uma condição médica grave que afeta os pulmões e pode levar à insuficiência respiratória aguda. A LPA é caracterizada por inflamação e danos aos tecidos pulmonares, o que pode levar a uma diminuição da capacidade dos pulmões de fornecer oxigênio ao corpo. A recuperação pode levar semanas ou meses, e alguns pacientes podem precisar de cuidados de suporte a longo prazo para recuperar completamente a função pulmonar.
Coagulação intravascular disseminada (CID)
Outro problema que pode ocorrer se não for tratado adequadamente o choque séptico é a CID. Essa condição faz com que o sangue não coagule da forma correta e pode levar a trombose, hemorragia e disfunção orgânica.
Amputação
Em casos graves, pode ocorrer necrose tecidual, que é a morte do tecido. Isso pode levar à necessidade de amputação de membros afetados.
Morte
O choque séptico é uma condição médica grave e pode ser fatal em casos graves.
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